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ILUSTRE MORADOR: DOM FRANCISCO DE AQUINO CORRÊA

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19 fev

Foto: Ricardo P. Macedo     

      Dom Aquino nasceu em 2 de abril de 1885 na cidade de Cuiabá, Mato Grosso. Filho de Antônio Tomás de Aquino Corrêa e Maria D’Aleluia Gaudie Ley. Cursou o secundário no Seminário Nossa Senhora da Conceição. É Afilhado do Bispo de Cuiabá Dom Carlos Luiz D’Amour. Com 17 anos entrou no Noviciado dos Padres Salesianos de Dom Bosco, no Coxipó da Ponte, onde se tornou professor de Latim.  

      Em 19 de março de 1903 recebeu a batina das mãos do Padre Malan, dando início ao Curso Filosófico, sob a direção do Padre siciliano Philippe Pappalardo. Foi para Roma em 2 de julho de 1904 e matriculou-se na Academia de Santo Tomás de Aquino e na Universidade Gregoriana, em ambas doutorando-se, respectivamente em maio de 1907 e em outubro de 1908, sendo, a seguir, ordenado Subdiácono. Em 17 de janeiro de 1909, foi sagrado Presbítero em Roma. No dia 2 de junho de 1909, Francisco T. de Aquino Corrêa retornou para Cuiabá. Lecionou as disciplinas de Língua Portuguesa, Latim e História no Liceu Salesiano São Gonçalo, onde mais tarde passou a ser o diretor, em substituição ao Padre Emanuel Gomes de Oliveira. 

       Aos 29 anos foi nomeado pelo Padre Pio X como Bispo titular de Prusíade e Auxiliar da Arquidiocese de Cuiabá. Dessa forma, ele se tornou o primeiro Bispo salesiano do Brasil e das Américas e o mais jovem entre todos os bispos do mundo, e adota definitivamente o nome de Dom Francisco de Aquino Corrêa. Aos 32 anos de idade, Dom Aquino é eleito Presidente do Estado de Mato Grosso. Seu governo foi marcado pela criação do Hino e Brasão de Armas de Mato Grosso, a fundação do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso e do Centro Mato-grossense de Letras, atual Academia Mato-grossense de Letras. 

      Na Academia Brasileira de Letras foi o quarto ocupante da cadeira 34, eleito em 9 de dezembro de 1926, na sucessão de Lauro Muller. O seu domínio na tribuna pública era absoluto. Era admirado não só como orador sacro, mas como grande realizador de atividades culturais e também tinha alma de artista. Autor de inúmeras e notáveis cartas pastorais, de discursos, trabalhos históricos e poemas, D. Aquino Corrêa publicou “Odes”, o seu primeiro livro de versos, em 1917, “A Fronteira de Mato Grosso com Goiás”, “Cartas Pastorais”, “Uma flor do Clero Cuiabano”, “Nova et Vetera”, “Terra Natal”, em que reuniu poemas de exaltação a Mato Grosso e ao Brasil, cheios de suave lirismo e fascínio pelo seu torrão. Foi poeta em quatro línguas: a nossa, o latino, o italiano e o francês. Mais tarde deu ao público alguns trabalhos em prosa. Um dos seus poemas, “Canção Mato-grossense” foi oficializado através do Decreto n° 208, de 5 de setembro de 1983, como Hino de Mato Grosso, musicado pelo maestro e tenente da Polícia Militar Emílio Heine. A “Canção Mato-grossense” foi cantada em público pela primeira vez durante a cerimônia principal das comemorações do bicentenário de fundação de Cuiabá, em 8 de abril de 1919. No dia 26 de agosto do ano de 1921, Dom Aquino foi elevado a Arcebispo Metropolitano e transferido da sede titular de Prusíade para Cuiabá.  

      Logo após sua aclamação como Arcebispo, transferiu a residência episcopal para o prédio do Seminário N. Sra. da Conceição, embora o endereço também funcionasse como estabelecimento de ensino, e aqui residiu por um período de 34 anos. Dom Aquino faleceu na cidade de São Paulo em 22 de março de 1956 e foi sepultado na cripta da Catedral Metropolitana de Cuiabá. 

        A exposição Ilustre morador: Dom Francisco de Aquino Corrêa esta montada nos cômodos que foram utilizados como aposentos de Dom Aquino Corrêa, durante o  período em que ele, fez do Seminário Nossa Senhora da Conceição sua residência. Hoje temos exposto nesse ambiente mobiliários, pinturas, vestuário litúrgico e objetos que pertenceram a Dom Aquino, datados do século XIX e XX. Além 22 fotografias que trazem momentos solenes da vida de Dom Aquino nas décadas de 20, 30, 40 e 50.