Foto: Ricardo P. Macedo
CATEDRAL DO SENHOR BOM JESUS DE CUIABÁ
Com a descoberta de ouro no córrego da Prainha por Miguel Sutil no ano de 1722, foi construída uma capela ao Senhor Bom Jesus de Cuiabá, de pau a pique e coberta de palha. Sua construção ficou a cargo do Capitão-Mor Jacinto Barbosa Lopes, tendo as áreas de seu entorno livres de residências particulares, para que fossem feitas as procissões ao seu redor. Esses espaços livres logo foram ocupados, com a construção de uma cadeia, também de pau a pique em 1724, no ano seguinte, a casa de aposentadoria para o governador Rodrigo César de Menezes e em 1737, a casa da Câmara e cadeia em taipa de pilão, com dois pisos. Esses poucos símbolos do poder metropolitano e local delimitaram o “Largo da Matriz” e no fim dos anos 60 foi construída a “Praça Real” do lado esquerdo da Igreja. Conforme a Vila se expandia, ocorriam alterações no templo religioso, como algumas ampliações, a construção de uma torre em forma piramidal que, por problemas de edificação, veio a ruir e em 1868 foi substituída por outra, com a parte superior arredondada. Com as reformas no prédio de entorno e a construção da Praça da República, delineou-se um novo perfil para a área central da cidade, acontecendo assim uma forte pressão para a alteração da fachada colonial da Catedral.
Então, no ano de 1929, o governador Mário Corrêa incluiu o templo religioso entre suas reformas embelezadoras. Essa reforma alterou completamente a fachada da Catedral, pois se demoliu a cúpula da torre, que foi elevada a 15 metros, e se ergueu outra torre na lateral oposta. Isso acabou sendo um dos argumentos para se elaborar a proposta de demolição da Catedral em 1968, junto com a proposta de construção de uma Nova Catedral pensando na modernização da cidade. A população cuiabana foi convidada a participar da escolha da fachada da Nova Catedral, através de folhetos que apresentavam dois desenhos. Um com a fachada em estilo moderno e outra em estilo clássico, que foi a escolhida, conforme divulgado no Jornal A Cruz, órgão da liga católica mato-grossense. A escolha foi feita através de votos, que eram cobrado o valor de 20 cruzeiros que foram utilizados em benefício da obra.
Nessa exposição o visitante tem a oportunidade de ver reproduções fotográficas da Antiga Catedral Senhor Bom Jesus de Cuiabá demolida em 1968. Uma linha do Tempo que conta a história da Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Objetos litúrgicos em metal, como castiçais, crucifixos, ostensórios e patenas, dentre outros, em metal dourado e/ou prata. Outras peças expostas são as imaginárias de Sant’Ana, Sagrado coração de Jesus, Arcanjo Miguel, São José de Botas, São Pedro, São Sebastião, Jesus e São João Batista na cena do batismo de Jesus e muito mais. São peças de madeira e gesso dos séculos XVII, XVIII e XIX e que adornavam a antiga Catedral do Bom Senhor Jesus de Cuiabá.
Além das peças remanescentes da Antiga Igreja do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, temos também imaginárias de Nossa Senhora do Rosário (século XVIII) e de Santa Rosa de Lima (século XVII) provenientes da Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito e outros objetos litúrgicos, que eram utilizadas nas celebrações de cultos da Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito datados dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX, feitos em metal, prata ou metal dourado. Dentre os objetos: Ostensórios, Castiçais, crucifixos de mesa, suporte de óleo, sinetas, Candelabros de três, cinco e sete ramificações, Caldeirinha e Hissope, âmbula e patena. E dois crucifixos emoldurados de parede datados do século XVIII.