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Exposição Vitree: a luz que se vê por Adriano Figueiredo

       Dentro da concepção que Deus é luz, também somos luz; ‘vitree’ em latim é vitral, que é uma vidraça na qual é elaborado um desenho, figurativo ou não, por meio de um conjunto de pequenos pedaços de vidros coloridos, e que ao serem atravessados pela luz, principalmente nas igrejas e templos, representam a luz divina emanada por Deus. E assim surgiu a inspiração do artista plástico Adriano Figueiredo na exposição “Vitree – a luz que se vê”.

      Adriano buscou transmitir essa iluminação divina nas suas obras, das quais destaco as imagens do Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora Aparecida, São Benedito, São Francisco de Assis, Nossa Senhora do Rosário, Sagrada Família, São Jorge, Nossa Senhora Desatadora dos Nós e a maravilhosa celebração da Santa Ceia, todos apresentados com traços marcantes da identidade artística de Figueiredo. Para essa exposição, o artista une a inspiração nos vitrais, imagens de santos e cenas cristãs às suas próprias técnicas – construir, desconstruir e reconstruir – inspiradas em diversos mestres das artes plásticas, dentre os quais Pablo Picasso.

      Com essa peculiaridade, Adriano Figueiredo explora as imagens e suas criações, em um primeiro momento feitas a lápis no papel; depois monta, no estilo denominado quebra–cabeça, as formas, formatos, e assim explora sua própria criação para construir um repertório novo com a integração das cores, valendo-se de tinta óleo sobre tela para um resultado visual leve e iluminado.

      A arte sacra e religiosa está presente na formação espiritual do artista desde a infância, o que se reflete nessas criações que tiveram início em sua trajetória por encomenda. A primeira obra concebida foi um São Benedito, encomenda pela Aland Galeria, do Rio de Janeiro; e daí não parou mais. Nessa temática, pintou diversas obras que estão espalhadas em residências, nas mãos de colecionadores e expostas em galerias pelo mundo.

      Esta exposição compõe parte de um acervo de colecionadores de Mato Grosso e do próprio artista. 

     É curioso observar que o artista, nessas composições, não expõe os rostos com os olhos, o nariz, a boca, sobrancelhas e nem as expressões faciais das imagens, deixando livre a leitura e a imaginação do observador para preencher. Arrisco-me a dizer que o excesso de luz sobre os rostos das imagens apaga a individualidade e nos leva a uma conexão direta com a luz divina.

      A leveza dos traços, na mesma toada das composições que entrelaçam e misturam os elementos que confundem o olhar, pode ser observada na obra “Santo Guerreiro” que mistura fundo a imagem de São Jorge, o cavalo e o dragão na mesma espacialidade; já as obras da Sagrada Família, sobrepõem a imagem figurativa em primeiro plano e ela salta ao olhar. Ambas as composições e as demais nos transmitem, via traços finos, uma leveza expressa nas pinceladas, com uma luz muito equilibrada, usada sobre a paleta de cores quentes. 

      O grau de comprometimento de Adriano Figueiredo com a regionalidade é tão elevado que podemos observar a presença desta nas séries religiosas e nas que expressam a cultura mato-grossense como “Siriri no doze”, “Elementos I e II”, “F5”, “Parece vitral” e “Monocromática”, que trazem a presença de ícones da cultura popular como os músicos do cururu e os dançarinos do siriri, além de elementos da nossa fauna e flora.

      No Museu de Arte Sacra de Mato Grosso, o artista consolida sua primeira exposição específica na temática religiosa com a exposição “Vitree – a luz que se vê” e nos apresenta 10 obras incríveis, pintadas a óleo e que nos enchem os olhos com luminosidade, cor, alegria, fé e amor, qualidades que o artista consegue transmitir através das curvas em composições genuínas para suas obras. 

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