Mulher linda, de personalidade forte, corajosa, carismática, determinada, poderosa e quando Deus já não aguentava de tantas saudades da sua filha, resolveu levá-la de volta. “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu, e o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1,21). Julieta viveu a vida com alegria e prazer, porém, sempre em meio a tantas lutas. Com um sorriso nos lábios, soube conquistar 1 milhão de amizades, pois sabia como ser firme, mas também divertida e encantadora ao falar com as pessoas, principalmente com seus irmãos, pelos quais era completamente apaixonada. Aliás, sempre bateu no peito para com muito orgulho dizer: SOU FAMÍLIA SILVA, filha de Maria Paulina e Paulo.
Dançarina de siriri, cantora de cururu e rezadeira do Divino Espírito Santo desde pequena, Assim, era Julieta. Extremamente trabalhadora, esforçada e generosa, nunca se negou a estender a mão para quem a procurasse pedindo ajuda. Acolheu muitos, aconselhou a todos e se colocou à disposição sempre que possível. Nas festas de Santo, quem não a conhecia? Na Festa do Senhor Divino da Família Silva, quem não gostava de dar um abraço nela? Quem não se lembra dos seus tempos de comerciante, quando era conhecida por D. Júlia, sempre esperta com os números? Quem não gostava de frequentar sua casa, tomar café, comer bolo, dar boas risadas e provar do seu delicioso macarrão e arroz de forno quando ainda não tinha nenhuma limitação? Mesmo passando por várias provações na vida, nunca se curvou diante das adversidades. De comerciante à lavadeira, viúva duas vezes, soube preservar a união da família, tendo a graça de presenciar seus filhos se encaminharem na vida, estudarem, casarem e formarem famílias. O resultado disso foram genros, nora, 13 netos e 10 bisnetos.
A cometida por problemas de saúde, sempre deu exemplo de superação, força e perseverança. Lutou o bom combate até o último instante e quando sentiu que o amor de Deus era maior que tudo o que estava vivendo até aquele momento, se entregou nos braços do Senhor que alegremente recebeu sua filha. Nos seus últimos dias de vida, teve uma prova viva do quanto era amada e respeitada. Um exército de anjos através de familiares e amigos se levantou para interceder pela sua vida dia e noite. Nossa família foi sustentada pelas orações dos irmãos, que permaneceram como sentinelas diante de Deus e o Senhor nos concedeu o milagre: acabou com o sofrimento, as dores, o ranger de dentes, a escuridão já que a nossa mãe era cega há quase 20 anos, as lágrimas cessaram, pois o milagre aconteceu: Deus curou e recolheu a sua filha Julieta nos braços. O caminho de volta foi preparado com muito carinho e zelo pelo Senhor, pois Jesus nos deu a oportunidade de refletir sobre a vida dessa mulher e o quanto ela era importante para todos nós, seus feitos e exemplos e a grande lição de amor que nos deixou.
Santa Terezinha do Menino Jesus em seus manuscritos escreveu: “Minha vida é um brevíssimo segundo, minha vida é um só dia que escapa e que me foge”, e foi na companhia de Jesus, da Virgem Maria e da Santa das Rosas, que Julieta partiu na madrugada de 02 de agosto deste ano. Prova disso, foi a rosa vermelha que uma de suas filhas recebeu há cerca de 1 mês atrás das mãos de um diácono da Paróquia Sagrada Família, sinal da presença de Santa Terezinha para o vale de lágrimas que se aproximaria, ou seja, não estávamos sozinhos, Jesus cumpriu sua promessa: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20).
Em nome dos seus filhos Jurema, Jucelma, Julio, Joelma, Juliana e Ivonete, agradecemos ao Senhor por ter nos dado uma mãe exemplar, uma verdadeira leoa, valente, corajosa, destemida, que nunca pensou duas vezes quando o assunto era família. Agradecemos a Deus pelo presente que nos destes, ofertando o ventre materno de sua filha para nos trazer ao mundo. Descanse em paz nossa querida Julieta, sempre te amaremos e sempre estará em nossos corações.