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Maria Oliveira

Maria Oliveira

A história da artista Maria de Lourdes Oliveira de Paula, mais conhecida como Maria Oliveira, com a cerâmica tem relação com sua própria trajetória de vida e de sua família. Sua avó, que era indígena e morava no interior da Bahia, produzia suas próprias peças em cerâmica. Mesmo sem tê-la conhecido, Maria Oliveira tem uma relação com o barro – ao amassá-lo e ao moldá-lo – que lembra sua avó. Não é à toa que algumas de algumas de suas peças mais significativas retratam sua vó. Apesar dessa relação subjetiva com a cerâmica, Maria começou a atuar como ceramista há aproximadamente seis anos. 

A artista iniciou sua atuação com as artes ainda na infância, por volta dos sete (07) anos. Nessa época, enquanto as crianças brincavam, Maria optava pela biblioteca, onde lia as histórias de Monteiro Lobato e arriscava recontar sua interpretação das aventuras da Turma do Sítio do Pica Pau Amarelo por meio de seus desenhos. Desde então, a artista utiliza as artes como forma de se expressar e de transmitir seus sentimentos. 

Dos desenhos na infância às telas na adolescência, Maria começou a pintar aos 15 anos. Além de inicialmente aprender técnicas sozinha, a artista também teve algumas influências. Conheceu uma etnia indígena em Mato Grosso do Sul que trabalhava com pigmentos a partir do barro e das cinzas da madeira, utilizados para os grafismos indígenas no corpo. “Depois eu senti vontade de passar aquilo para as telas. Só que não com a mesma pigmentação”, comenta Maria Oliveira. Ela também conheceu o artista Nilson Pimenta, no Ateliê Livre da Universidade Federal de Mato Grosso. Foi ele quem a ensinou mais algumas técnicas, principalmente a contornar os elementos pintados em seus quadros. 

Dentre as temáticas que mais caracterizam sua arte nas telas está a natureza, mais especificamente as árvores. Talvez como uma forma de remeter à força e simbologia do próprio sobrenome: Oliveira. Considerada como uma árvore sagrada e uma das mais resistentes, a oliveira cresce e frutifica até mesmo em solos com pouca água. Essa perseverança é uma marca da trajetória de vida da ceramista, que representa seus sentimentos mais genuínos em telas, esculturas e desenhos.

Em 2015, ela fez um curso de batik no Sesc Arsenal e conheceu a artista Rita Ximenes, que a apresentou para a ceramista Rosylene Pinto. Foi assim que Maria teve contato com a xilogravura e a cerâmica. Inicialmente, buscava transpor suas peças de xilogravura para o barro. Desde esse período, a ceramista segue produzindo de forma contínua, expressiva e repleta de sentimentos, emoções e muito afeto. 

Com ateliê em Várzea Grande, Maria Oliveira integra o Coletivo Ceramistas do Mato. Também queima suas peças em Chapada dos Guimarães, onde pretende montar seu espaço para produzir cerâmica. Pois, para ela, Chapada é seu hábitat natural. Afinal, tem forte relação com a natureza e com o barro, assim como lembra sua ancestralidade.

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Ligia Maciel

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