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SAIBA MAIS: Revolução de 1906

08 jan
A “Revolução” de 1906 foi um dos conflitos mais controversos e marcantes da prática política de Mato Grosso, culminando com a deposição e consequente assassinato do então governador Antonio Paes de Barros, o Totó Paes.

O governo de Antônio Pedro Alves de Barros não deixou os adversários políticos tranqüilos, sucedendo-se atentados e vítimas fatais. Antônio Paes de Barros impôs-se na política mato-grossense graças à atuação contra o governo, conseguindo ser eleito sucessor de Antônio Pedro, com o apoio dos que viriam a ser seus inimigos mais tarde, os irmão Murtinho. Sua eleição, em fevereiro de 1903, foi apoiada pelo então senador Joaquim Murtinho em oposição a candidatura de Manuel Costa Marques, apoiado por Generoso Ponce. No decorrer de mandato ele se afastou dos seus padrinhos políticos estabelecendo um vínculo direto com o presidente da época Rodrigues Alves. Essa “independência” política de Totó Paes resultou em sua queda e seu assassinato.  

Não demorou muito para que os irmãos Murtinho se virassem contra Totó Paes, seu antigo apadrinhado, e se unissem a Generoso Ponce com o intuito de derrubá-lo. Durante o seu governo (1903-1906), o partido oposicionista aumentou muito o número de eleitores. Com o apoio das forças militares, Generoso Ponce, que estivera dois anos no Paraguai, articulou um movimento de deposição de Paes de Barros, a partir de Corumbá.

A derrubada do governo municipal de Poconé, por agentes do governo estadual, em plena efervescência dos ânimos, trouxe o pretexto sofregamente esperado para a explosão revolucionária. Os insurgentes, em número de 500, reunidos em Corumbá, sob a chefia de Generoso Ponce, partiram para Cuiabá a 17 de maio, subindo o rio Paraguai em 10 embarcações. Receberam o apoio da população, das autoridades e do 19º Batalhão de Infantaria, de São Luís de Cáceres, revoltado por iniciativa do Tenente Clementino Paraná. Em seguida, Ponce mandou atacar Pindaival e Itaici, redutos de Paes de Barros, e neste último estabeleceu a sua base operativa.

Na capital, o Presidente do Estado aguardava as forças federais solicitadas ao Presidente da República, pois julgava as tropas sediadas na cidade insuficientes para combater os revoltosos. O governo federal mandou preparar uma expedição comandada pelo Coronel Emídio Dantas Barreto, com 2 mil homens, para socorrer o Presidente do Estado. Vencendo uma série de obstáculos e depois de muitos sacrifícios, o contingente chegou a Cuiabá a 8 de julho, sendo que a vitória da oposição já era um fato consumado. Enquanto isso, industriais, fazendeiros, militares, comerciantes e magistrados irmanaram-se pela causa dos revoltosos. Tratava-se de pôr fim a um período discricionário que tivera início em 1899, com Antônio Pedro Alves de Barros.

As forças oposicionistas vindas de Cáceres, Poconé e Corumbá cercaram a capital. Um episódio marcante foi o encontro da força fluvial revolucionária, sob o comando do Tenente Clementino Paraná, com uma flotilha da Marinha que tentou interceptá-la na rota Cáceres-Cuiabá, sem sucesso.

O Tenente-Coronel Manuel Lopes Carneiro da Fontoura, comandante da guarnição do Exército em Cuiabá e o Capitão-Tenente Protógenes Guimarães, que dirigia a Escola de Aprendizes Marinheiros, procederam ao recrutamento de civis. Paes de Barros, com o apoio da polícia do Estado, arrebanhou pessoal em Itaici e no Pindaival.

O comandante do “Exército Libertador” apertou o cerco. Começaram a escassear os alimentos na capital. Em Capela, nas proximidades, deu-se o primeiro choque da vanguarda dos insurgentes com os governistas. As forças revolucionárias entraram em Cuiabá a 21 de junho, e no dia 30, Generoso Ponce intimou o Presidente a se render, para evitar maiores sacrifícios à população sitiada.

Antônio Paes de Barros e seus companheiros fiéis, não aceitando a rendição, resolveram fugir para o interior na noite seguinte, mas foram cercados em Coxipó do Ouro, a 6 de julho, pelo Coronel Joaquim Caldas e seus soldados, e após um rápido combate foram mortos e feridos alguns de seus acompanhantes.

A revolução triunfara. Assumiu o governo o Vice-Presidente Pedro Leite Osório, pacificando Mato Grosso. Voltaram os dias de tranqüilidade.

A coluna Dantas Barreto não chegou a tempo de poder interferir nos eventos.

Fontes: Exército Brasileiro e Almanaque Cuiabá

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